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Mais de três mil enfermeiros saíram de Portugal desde o início da pandemia em 2020, sendo a Suíça o principal país de destino para trabalhar, segundo dados da Ordem dos Enfermeiros, que apontam para uma subida da emigração em 2022. Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) sublinha que estes dados demonstram “a continuação da tendência da emigração de enfermeiros, apesar da carência crónica de enfermeiros em Portugal”, ao ponto de se querer contratar estes profissionais “e não haver no mercado”.

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa reforça a “importância de perdurar na nossa memória o exemplo desta classe profissional detentora de uma abnegação e profissionalismo constantes” agradecendo ainda o “contributo (…) para a saúde e vida de milhões de cidadãs e cidadãos em Portugal”, diz a mensagem publicada no site da Presidência.

Os enfermeiros dos hospitais de São João, Santo António, Tâmega e Sousa, Pedro Hispano, Magalhães de Lemos, IPO/Porto e de Gaia trabalharam este ano "mais de 500 mil horas” extraordinárias.

Os gastos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com o pagamento de horas extraordinárias nos primeiros nove meses do ano permitiam contratar mais 5 mil enfermeiros, de forma permanente, para trabalhar no SNS. Quem o diz é o presidente do Sindicato dos Enfermeiros (SE), Pedro Costa, no dia em que é revelado que só nos primeiros nove meses de 2021, o Estado já gastou mais de 400 milhões de euros com horas extras, dos quais 80,7 milhões com o pagamento a enfermeiros.

MyCareforce. É este o nome da nova plataforma digital que agiliza a conexão entre enfermeiros e instituições de saúde, ao permitir a marcação de turnos de forma flexível. João Hugo Silva, cofundador desta startup portuguesa, em entrevista ao Jornal Enfermeiro explica a praticidade da nova ponte de diálogo e a grande adesão por parte dos enfermeiros. Revela, ainda, que está nos planos alargar a MyCareforce a outros profissionais do setor, nomeadamente a técnicos auxiliares de saúde, já em setembro.

O Serviço Regional de Saúde da Madeira (SESARAM) investiu, desde 2015, cerca de 15 milhões de euros no descongelamento da carreira dos enfermeiros, afirmou, hoje, o secretário da tutela no Governo Regional da Madeira. Esta medida abrangeu mais de dois mil profissionais e foram contratados mais 650.

Vinte enfermeiros saíram, em maio, do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPO Lisboa). Terminado o estado de emergência, deixou de estar em vigor a limitação de saída de profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde afirmou hoje que as administrações dos centros hospitalares têm autonomia para indicar os enfermeiros com direito a receberem o subsídio de risco ‘covid'.

A AEOP – Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa sublinha que não houve um planeamento capaz de apetrechar as unidades de saúde com os meios adequados para enfrentar a covid-19. Em entrevista, a presidente, enfermeira Elisabete Valério, defende que a responsabilidade e a transparência das instituições que cuidam dos doentes oncológicos têm de ser avaliadas com periodicidade. E debruça-se, ainda, sobre dois cancros específicos, o do colo do útero e o da mama.

A SPEO – Sociedade Portuguesa de Enfermagem Oncológica considera indispensável reforçar as equipas de saúde com recursos humanos especializados na área da Oncologia. Envolver mais os cuidados de saúde primários no rastreio e diagnóstico precoce. E alargar as parcerias do setor público com o privado, olhando para o SNS como um todo. Em entrevista, a presidente, enfermeira Carla Rodrigues Silva, aborda também a realidade particular do cancro do colo do útero e do cancro da mama.