Numa carta enviada ao primeiro-ministro, António Costa, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) alerta para “a emergência de passar do discurso à ação política, numa altura em que os impactos da pandemia de Covid-19 sobre aqueles profissionais se traduz também em cansaço da retórica”.
Na mesma, o SEP alerta para a “imperiosa necessidade de o Governo discutir um Plano de Emprego que enquadre condições de atratividade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para contratar e reter enfermeiros”, passando, desde logo, pela reconversão dos atuais contratos a termo certo em contratos sem termo.
O sindicato exige também condições de igualdade de oportunidades para os enfermeiros do INEM, dos ministérios da Defesa e da Justiça e do Instituto Português de Sangue e da Transplantação, “na aplicação do regime de horário acrescido e na remuneração do trabalho suplementar e ainda a contabilização de todos os pontos para efeitos de progressão dos enfermeiros”.
Entre as exigências enviadas ao primeiro-ministro contam-se igualmente “a atribuição aos enfermeiros com contrato individual de trabalho dos mesmos dias de férias dos profissionais com contrato de trabalho em funções públicas e que sejam corrigidas as injustiças e desigualdades em relação ao risco e penosidade”, disse a dirigente do SEP, Guadalupe Simões, em comunicado.
“Com o aumento do número de casos, muitas enfermarias foram transformadas em enfermarias covid, sendo cada vez mais os enfermeiros na linha da frente, em contacto com doentes infetados”, sublinhou.
O sindicato lembra, em nota enviada, que o “aumento do número de utentes nas urgências e de doentes com Covid-19 internados nas enfermarias, incluindo nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) evidencia a competência dos profissionais, envolvidos na reorganização de espaços físicos, meios, equipas, processos, circuitos e funcionamento”.
“Mesmo depois da pandemia, a sobrecarga sobre os enfermeiros não vai diminuir, porque as sequelas desta doença vão exigir um maior acompanhamento de doentes respiratórios e há que recuperar todas as áreas em que deixaram de se realizar consultas”, concluiu Guadalupe Simões.