“Este é um número muito preocupante, que mostra que alguma coisa tem que mudar rapidamente em Portugal, ou corremos o risco de, muito em breve, não haver enfermeiros disponíveis, alertou a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, acrescentado que “em março, a OMS alertou os países para encontrarem mecanismos de fixação de enfermeiros e Portugal não o fez”.
“Tornámo-nos no país que importa ventiladores e exporta enfermeiros”, finalizou.
Estes enfermeiros vão juntar-se aos mais de 20 mil que já emigraram e que, de acordo com a entidade, apesar de quererem regressar a Portugal, não o têm feito devido aos vínculos precários. Em causa, estão os contratos de quatro meses oferecidos, desde o início da pandemia.
Numa altura em que a Europa se vê novamente confrontada com uma situação de “caos” devido à pandemia, a Ordem refere que o Governo deve repensar a forma de contratação dos enfermeiros e encontrar mecanismos de fixação em Portugal.
Espanha tornou-se um dos principais destinos de enfermeiros portugueses, com 148 pedidos de certificados, ultrapassando o Reino Unido e a Suíça. Por parte da Bélgica e da Alemanha tem existido um aumento de pedidos de recrutamento, com propostas mais frequentes e vantajosas para os enfermeiros.